Patente: o que é e quais são os tipos?
Como as patentes surgiram
Em 1474, a República de Veneza buscava promover o desenvolvimento tecnológico e o comércio. Então, promulgou uma lei que concedia um monopólio temporário sobre novas invenções aos seus inventores. A legislação foi uma das primeiras a reconhecer oficialmente o direito dos inventores de proteger suas criações.
Já o Brasil, foi o quarto país a ter uma legislação sobre patentes, atrás apenas da Inglaterra, Estados Unidos da América e da França. O Alvará do Príncipe Regente, promulgado em 1809, estabeleceu as primeiras normas voltadas à concessão de patentes aos inventores das artes e das máquinas.
Atualmente, as patentes continuam a desempenhar um papel vital na promoção da inovação e na proteção da propriedade intelectual. Algumas entidades internacionais, como a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), trabalham para harmonizar e coordenar as leis de patentes globalmente. Garantindo, dessa forma, que os inventores protejam suas criações em um mundo cada vez mais interconectado.
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Por que elas são importantes?
As patentes são uma forma de proteger a propriedade intelectual. Assim, é possível incentivar a inovação ao garantir que os inventores obtenham um retorno sobre seu investimento em pesquisa e desenvolvimento.
Além disso, no processo de solicitação de uma patente, os inventores são obrigados a divulgar detalhadamente suas invenções ao público. Esta divulgação é uma condição para a concessão do direito exclusivo e tem um impacto significativo na disseminação do conhecimento. Dessa forma, as informações contidas nas patentes ficam disponíveis para outros inventores e pesquisadores, que podem utilizar esse conhecimento como base para novas inovações.
A proteção oferecida pelas patentes também causam um impacto direto no desenvolvimento econômico, já que países com sistemas de patentes bem estabelecidos tendem a atrair mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento, tanto domésticos quanto estrangeiros. Assim, as empresas e investidores ficam mais dispostos a investir em novos projetos e tecnologias quando sabem que suas invenções estarão protegidas.
A comercialização de invenções patenteadas também pode gerar empregos, promover o crescimento de novos setores industriais e aumentar a competitividade internacional.
Quais são os principais tipos de patentes?
Existem três tipos principais de patentes: invenção, modelo de utilidade e desenho industrial. Cada tipo protege um aspecto distinto da inovação e tem requisitos específicos.
- Patente de Invenção (PI): é o tipo mais comum e abrangente de patente. A patente de invenção busca proteger novas criações que apresentam uma solução técnica para um problema específico.
- Patente de Modelo de Utilidade (MU): esse tipo de patente protege inovações que melhoram o uso ou a funcionalidade de produtos já existentes. Ou seja, é ideal para pequenas e médias empresas e inventores individuais que realizam modificações incrementais em produtos ou processos existentes.
- Patente de Desenho Industrial: também conhecida como registro de desenho industrial, ela protege o aspecto ornamental ou estético de um produto. O objetivo é proteger o design visual e não a funcionalidade do produto.
O processo de registro de patentes pode ser complexo e requer atenção aos detalhes para assegurar que todos os requisitos legais sejam cumpridos. Abaixo, descrevemos as etapas principais envolvidas no registro de uma patente.
A primeira etapa é a realização de uma pesquisa de patentes. Esta fase é essencial para verificar se a invenção é realmente nova ou se já não foi patenteada por outra pessoa. A pesquisa pode ser feita em bancos de dados de patentes nacionais e internacionais, como a base de dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Após a confirmação da invenção, o próximo passo é preparar o pedido de patente. Este pedido deve incluir: título da invenção, resumo, descrição completa, reivindicações e desenhos.
Logo após o depósito, é feito um exame formal para verificar se o pedido está completo e em conformidade com os requisitos legais.
Depois de publicado, o pedido de patente passa por um exame de mérito. Esta é uma etapa crucial que envolve a comunicação entre o escritório de patentes e o requerente para resolver quaisquer objeções ou questões.
Existe um tempo de duração e manutenção da patente?
A duração de uma patente varia dependendo do tipo de patente e da legislação específica de cada país.
A duração padrão para uma patente de invenção é de 20 anos, a partir da data de depósito do pedido de patente.
Já a patente de modelo de utilidade tem a duração típica de 10 anos, a partir da data de depósito. Alguns países, no entanto, podem oferecer prazos diferentes.
Enquanto a patente de desenho industrial dura entre 10 a 25 anos, dependendo da legislação nacional e de possíveis renovações periódicas.
Para manter uma patente em vigor requer o cumprimento de certos requisitos, principalmente o pagamento de taxas periódicas de manutenção ou anuidades. Essas taxas são estabelecidas para incentivar os titulares de patentes a continuar usando suas invenções e a liberar aquelas que não são economicamente viáveis para o domínio público.
Além disso, em alguns casos, se uma patente expira devido ao não pagamento das anuidades, é possível restaurá-la com o pagamento de uma taxa de restauração e o cumprimento de certos requisitos adicionais.
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Conclusão
Em síntese, a patente é um título de propriedade temporária outorgado pelo Estado aos inventores ou criadores de determinado produto. Atualmente, existem três principais tipos de patentes: inovação, modelo de utilidade e desenho industrial.
O registro é essencial para o investimento em pesquisas e conhecimento de modo geral. Com isso, as patentes também contribuem com o desenvolvimento econômico de um país, por meio da geração de novos empregos e competitividade internacional.
É primordial que os inventores protejam suas invenções para garantir seus direitos legais sob elas. Para auxiliá-lo neste processo, conte com a Uniellas.